O que a história da saúde mental no Brasil mostra para o futuro das terapias?
Entenda como a brevidade da história da saúde mental no Brasil e no mundo tem muito a dizer sobre o futuro das terapias e o que você precisa fazer a respeito.
Além de ser um portal energético, o dia 10.10 é marcada pelo Dia Mundial da Saúde Mental. Ele foi definido pela Organização Mundial de Saúde Mental, que completou 75 anos de atividade em 2024.
Se você é terapeuta, vale compreender a evolução do cuidado com a saúde mental no Brasil e no mundo. Meu convite é que você entenda o PROCESSO da humanidade em compreender as questões emocionais e como a ciência vem evoluindo nisso.
Mesmo que você trabalhe com terapias holísticas e espiritualidade, é importante entender em que ponto estamos e quantas coisas ainda virão nos próximos anos. Eu digo isso porque história da saúde mental no Brasil e no mundo é bem recente e ainda tem muito para caminhar.
Espero que esse texto sirva de inspiração para o seu trabalho em terapias! Acompanhe a leitura!
Qual é a história da saúde mental?
Praticamente até da Idade Média, as pessoas com transtornos mentais e aquelas que não viviam dentro das "regras" da sociedade (incluindo as "bruxas"), eram rotuladas.
Algumas poderiam ser condenadas, outras viviam presas e outras ainda eram enfiadas nos navios para não serem mais um problema para aquela população. Outras pessoas também eram escondidos dentro de casa e cuidado pelos familiares. Elas não poderiam ser vistas para a família não se envergonhar junto à sociedade.
Se você tem ou já teve algum familiar com comportamentos diferentes da multidão, transtornos psíquicos e/ou espirituais, sabe que tem gente bem próxima que julga, se sente incomodada e, às vezes, se afasta. Entenda que ainda há resquícios de um comportamento cultural de excluir, tirar da frente o que causa desconforto em entender e aceitar.
Felizmente hoje em dia a gente entende um pouco mais as coisas. Erradas mesmo são as pessoas com mentes ainda atrasadas e pequenas para não olhar o próximo com empatia e compaixão.
Até o século 19, quem apresentava alguma alteração era rotulada como louca e internada nos manicômios. Teriam que viver ali sem qualquer possibilidade de tratamento ou uma possível melhoria ou estabilidade. As técnicas para controlar os pacientes com episódios mais agravados eram repressivas.
Só a partir da década de 1950 é que os transtornos mentais passaram a ser reconhecidos e identificados como doenças, assim como acontece com doenças físicas, assim digamos.
Conforme os padrões de sintomas e comportamentos, os médicos perceberam que algumas pessoas precisavam realmente de um cuidado constante. Porém, muitos outros pacientes poderiam ser preparados para receber alta e outros poderiam seguir com acompanhamento médico, mas sem a necessidade da internação.
O Brasil seguiu o mesmo caminho anos mais tarde. No final da década de 1980 houve uma mobilização de profissionais em saúde mental e pacientes internados para que os cuidados visassem uma possibilidade de tratamento e acabasse com ações violentas e repressivas.
Somente em 2001 foi aprovado o projeto de lei que previa a reforma na psiquiatria. A partir de então, abriu-se a possibilidade para a reabilitação psicossocial de pessoas que passaram um período de alguns anos internadas. Pelo projeto, os leitos psiquiátricos seriam reduzidos e aumentariam os Centros de Assistência Psicossocial (os CAPs), entre outros serviços.
No caminho entre o remediar e a prevenção
Muitos pontos certamente ainda precisam ser melhorados, desde o diagnóstico na rede pública ou privada ao tratamento em si. De qualquer forma, meu convite é que você observe como é recente a história da saúde mental no Brasil. Mais do que isso, observe o movimento que parte do tratamento e está evoluindo para a prevenção.
Na medicina convencional, a gente sabe que boa parte dos profissionais apenas dão a receita para remediar os sintomas. Quando há possibilidades, alguns buscam tratar a causa também. Existem pacientes que agem da mesma forma: às vezes recorrem para remediar ou preferem deixar de ter que remediar eliminando a causa.
Porém, sabemos que a medicina preventiva vem evoluindo e ganhando novos adeptos ao longo dos anos. A população está mais consciente sobre o impacto positivo no corpo e na mente de ter uma boa alimentação, sono regular e atividade física, por exemplo.
O caminho será o mesmo com a saúde mental. Esse momento já está chegando.
Não sei de você, terapeuta, mas sei por mim e muitas pessoas que conheço que buscaram o autoconhecimento pela dor. Um dia chegarão a ele por amor. 💜
Hoje, os remédios psiquiátricos remediam as mudanças químicas no corpo de quem sofre transtornos. Eles são necessários temporariamente ou continuamente a depender de cada caso. Porém, haverá muitos casos em que as pessoas não vão deixar de cuidarem do seu equilíbrio emocional. Será um cuidado preventivo, para ter bem-estar em vez de remediar o mal-estar.
O papel das terapias no futuro breve
Hoje em dia, as clínicas psiquiátricas estão cada vez mais cheias de pessoas buscando um remédio com efeito rápido para eliminar o desconforto. (Mais uma vez aqui temos a reação de eliminar o que incomoda, o que não se quer ver pela frente. "Elimine essa versão em mim que eu não quero ver, não tenho controle sobre ela".)
Lembre-se que remédio não substitui terapia. Eles podem e deveriam trabalhar em conjunto, quando for preciso.
Psicólogos têm um estudo muito mais aprofundado para diagnosticar transtornos mais graves e, por isso, também continuarão a ter sua relevância.
Já quem é terapeuta holístico pode atuar de diversas formas e em diferentes momentos na vida de uma pessoa: como porta de entrada para quem tem medo/ preconceito da terapia clínica; como complemento ao tratamento terapêutico com psicólogo e psiquiatra.
Entenda que há espaço para todas as frentes, tipos e linhas de terapias. Todos vocês são importantes e precisam seguir atuando nos próximos anos. Por isso:
Mantenha foco no seu propósito;
Crie metas do que deseja realizar com o seu trabalho nos próximos anos;
Conheça melhor seu público e as principais dores e desejos que eles apresentam. Quanto mais você se aprofundar em uma área, mais será reconhecido por isso. (Pare de dizer que seu público é todo mundo);
Divulgue seu trabalho em alinhamento com a sua personalidade, seu jeito de se comunicar;
Cuide de você, da sua saúde mental. Quando tiver algum problema, evite que ele interfira em como você enxerga seu potencial com esse trabalho;
Crie parcerias, se junte a outros terapeutas. Quanto mais nos unirmos, mais forte seremos para contribuir para uma saúde mental melhor! 🦋
Eu fico por aqui. Me conte o que achou desse texto! 🥰
Boas sessões!
Camila 💚🌼
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